Avaliação da Congestão Venosa Esplâncnica por Ultrassom Point-of-Care: O Escore VExUS
Este artigo revisa o conceito e as aplicações clínicas do escore de excesso venoso ultrassonográfico (VExUS) na avaliação da congestão venosa esplâncnica, um fator crucial, porém frequentemente subestimado, na insuficiência cardíaca direita e disfunção orgânica. O VExUS, utilizando ultrassom point-of-care (POCUS), avalia o Doppler das veias hepática, porta e intrarrenal, além da veia cava inferior (VCI), para quantificar a congestão venosa. A crescente experiência clínica com o VExUS demonstra seu valor na avaliação da congestão venosa e no manejo de fluidos em diversas situações. Embora estudos intervencionistas controlados sejam necessários, o VExUS, como ferramenta de POCUS, apresenta-se promissor para otimizar o manejo de fluidos e a tomada de decisão clínica.
Jorge Henriues
5/8/20242 min read


Avaliação da Congestão Venosa Esplâncnica por Ultrassom Point-of-Care: O Escore VExUS
Este artigo revisa o conceito e as aplicações clínicas do escore de excesso venoso ultrassonográfico (VExUS) na avaliação da congestão venosa esplâncnica, um fator crucial, porém frequentemente subestimado, na insuficiência cardíaca direita e disfunção orgânica. O VExUS, utilizando ultrassom point-of-care (POCUS), avalia o Doppler das veias hepática, porta e intrarrenal, além da veia cava inferior (VCI), para quantificar a congestão venosa.
Casos clínicos:
Cinco casos ilustram a utilidade do VExUS em diferentes cenários:
* Síndrome cardiorrenal: Paciente com cirrose e insuficiência cardíaca, inicialmente tratado com albumina para "baixo fluxo", teve congestão venosa grave (VExUS 3) identificada. A remoção agressiva de fluidos com diuréticos e drenagem de ascite melhorou a função renal.
* Colecistite aguda suspeita: Dor abdominal em paciente com congestão da parede da vesícula biliar por insuficiência cardíaca (VExUS 2) foi inicialmente confundida com colecistite aguda. O VExUS e o ecocardiograma revelaram disfunção cardíaca grave, evitando colecistectomia desnecessária.
* Hipertensão pulmonar e insuficiência mitral: Paciente pós-operatório de troca valvar mitral com hipertensão pulmonar prévia e congestão venosa (VExUS 3). A diuréticoterapia guiada por VExUS otimizou a função cardíaca e renal.
* Hipertensão pulmonar e disfunção renal: Suspensão de diuréticos por aumento da creatinina em paciente com hipertensão pulmonar resultou em descompensação clínica. O VExUS evidenciou congestão venosa grave, guiando o tratamento com ultrafiltração e diuréticos.
* Choque pós-parto e embolia pulmonar: Paciente com choque refratário e embolia pulmonar após cesariana. O VExUS revelou congestão venosa grave, direcionando a ultrafiltração e otimizando o manejo hemodinâmico.
Discussão:
O VExUS fornece informações cruciais sobre a congestão venosa, guiando decisões sobre reposição e remoção de fluidos, especialmente em situações complexas onde o exame físico é limitado. A congestão venosa, avaliada pelo VExUS, pode impactar negativamente a perfusão tecidual e a função de órgãos, mesmo em pacientes com débito cardíaco aparentemente adequado.
Conclusão:
A crescente experiência clínica com o VExUS demonstra seu valor na avaliação da congestão venosa e no manejo de fluidos em diversas situações. Embora estudos intervencionistas controlados sejam necessários, o VExUS, como ferramenta de POCUS, apresenta-se promissor para otimizar o manejo de fluidos e a tomada de decisão clínica.
Pontos-chave:
* O VExUS utiliza o POCUS para avaliar a congestão venosa esplâncnica de forma não invasiva.
* A congestão venosa pode ser subestimada e ter impacto significativo na função de órgãos.
* O VExUS auxilia na tomada de decisão clínica sobre reposição e remoção de fluidos.
* A experiência clínica com o VExUS demonstra seu potencial para otimizar o manejo do paciente.
* Mais pesquisas são necessárias para validar a utilidade do VExUS em diferentes cenários clínicos.